O tema tem estado em alta, várias mulheres esquecidas pela história tem voltado para tomar o lugar a que lhes pertence, no hall das grandes figuras na computação! Como a Augusta Ada Byron, conhecida como Ada Lovelace. Nascida em Londres, filha do famoso poeta inglês Lord Byron e de Ann Isabella Milbanke, uma matemática cujo título era Princesa dos Paralelogramos, que encorajou a filha a seguir sua carreira. Ada é considerada como a primeira programadora de computadores do mundo. Ela introduziu comandos como o condicional IF-THEN, operadores, matrizes e loops , assim como a utilização do sistema binário ao invés do decimal. [2]
Há também, Grace Hopper que, em 1945, encontrou uma mariposa (bug) nos circuitos do computador Mark. Ela escrevia um software para a máquina, que havia parado de funcionar e, ao retirar a mariposa (debugging) voltou a funcionar. Hopper desenvolveu o primeiro de uma série de compiladores e exerceu grande influência na formulação de uma linguagem comum orientada para negócios, que deu origem ao COBOL ( Common Business Oriented Language ). [2]
Apesar desses e outros grandes exemplos, durante muito tempo, questionou-se se as mulheres seriam capazes de desenvolver ciência e, muitas pessoas, ainda pensam que as mulheres não tem a capacidade para realizar pesquisas sérias e relevantes. [2]
Até o início dos anos de 1980, o cenário era promissor para as mulheres na área de computação, onde eram até a maioria em muitos cursos. A área de computação era até vista como uma área “feminina”, porque a tecnologia estava muito ligada a processamento de dados e organização de arquivos, coisas relacionadas ao trabalho de secretariado, que era amplamente realizado por mulheres. Porém, com o advento do computador pessoal, as grandes empresas de tecnologia investiram na propaganda infantil, voltada para que o meninos consumissem as novas tecnologias como computadores e games, o que pode ter influenciado na ideia que a área da computação seria “coisa de homem”. [2][4]
Segundo o MEC, atualmente apenas 15,53% dos alunos de cursos relacionados à computação são mulheres, o que contribui para um espaço hostil para elas. Várias mulheres relatam que são excluídas pelos colegas e tratadas como inferiores pelos professores em sala de aula. Tracy Chou, engenheira no Pinterest, declarou que “O padrão contínuo de todas essas pessoas me tratando como se eu não soubesse o que estava acontecendo, ou me excluindo de conversas e não confiando em minhas afirmações, todas essas coisas somadas me mostraram que havia uma corrente de sexismo.” [1][4]
Algumas iniciativas estão tentando reverter esse cenário hostil e criar uma forte comunidade entre as mulheres na computação. Pyladies, por exemplo, é uma comunidade mundial que foi trazida ao Brasil com o propósito de ajudar mais e mais mulheres a se tornarem participantes ativas e líderes na comunidade open source Python. Belo Horizonte, Brasília, Teresina, São Carlos e Florianópolis são algumas cidades que possuem Pyladies, em http://python.org.br/pyladies você pode ver se sua cidade também tem essa iniciativa e, se não houver, você pode criá-la! [5][6]
Na mesma linha temos Django Girls, uma organização sem fins lucrativos e uma comunidade que capacita e ajuda as mulheres a organizar oficinas de programação gratuitas , fornecendo ferramentas, recursos e suporte. Durante os eventos mais de 3 mil mulheres criaram sua primeira aplicação web usando HTML, CSS, Python e Django. Desde 2014, voluntários da comunidade Django Girls organizaram mais de 400 eventos, em 75 países. [3]
A PrograMaria é uma iniciativa brasileira que tem como objetivo motivar mais meninas e mulheres a explorar os campos da tecnologia, da programação e do empreendedorismo. A PrograMaria lançou a hashtag #SerMulherEmTech , para reunir histórias sobre os desafios enfrentados, as barreiras e as discriminações vivenciadas no dia a dia de mulheres, nas áreas de tecnologias. [1]
Há indícios que esses tipos de iniciativas podem colaborar para o aumento de mulheres na área de computação. Sulamita Garcia (2004), relata que um projeto criado pelo governo da Tailândia que ensina informática nas escolas federais, impulsionou a participação feminina na área de informática, sendo atualmente maior que a masculina. Isso mostra que se as meninas parecem não gostar de computadores é por que, muitas vezes, elas não foram incentivadas e até desestimuladas para tal. [2]
Conheça outras iniciativas:
http://www.euvou.codegirl.com.br/
http://www.deleteseupreconceito.com/
http://brazil.girlsintech.org/
http://mulheresnacomputacao.com/
Referências Bibliográficas:
[1] https://www.programaria.org/
[2] Juliana Schwartz, Lindamir Salete Casagrande, Sonia Ana Charchut Leszczynski, Marilia Gomes de Carvalho. Mulheres na informática: quais foram as pioneiras?
[4] http://nodeoito.com/mulheres-na-computacao/